Sunday, March 8, 2015

C47'S STORY




POR • Num desses dias, durante uma filmagem aqui em Los Angeles me peguei rindo a toa de uma coisa sobre a qual comentava com frequência com meus alunos do Curso de Cinema do Centro Europeu, em Curitiba. Ali estava eu, dirigindo a fotografia de uma curta, no backlot da Universal Studios, com uma câmera Arriflex BL 35mm no colo e um monte de equipamentos ao redor que juntos somariam algumas centenas de milhares de dólares. Uma equipe de 16 pessoas correndo atarefadas para fazer com que o próximo plano fosse rodado o mais rápido possível. Em meio isso tudo, quem diria, tinha gente correndo atrás de um equipamento fundamental, imprescindível em sets de cinema dos mais simples aos mais complexos. Equipamento sem o qual, as coisas podem complicar bastante no set e eventualmente fazer para uma filmagem milionária. Mas que raio de equipamento seria esse? Objetiva, fotômetro, claquete? Nada disso, era algo bem mais simples, era o tal C47. Mas que diabos é esse tal C47? Bem, nossas mães costumam chamar ele também de “grampo de roupa”, sim daqueles bem baratinhos, de madeira. Apenas de madeira, de plástico não serve porque derrete e de metal queima a mão. Eles são usados para fixar as gelatinas de correção de cor e de difusão nas abas dos barndoors dos fresnéis e demais equipamentos de iluminação. E não é que o equipamento além de simples e barato ainda por cima é versátil? Se você inverter as hastes de madeira ele vira uma continente pinça de madeira, conhecida como C74, para você usar para retirar os scrims aquecidos dos fresnéis.

De onde veio o nome C47? A explicação mais aceita e difundida é a de que há muito tempo atrás, num certo estúdio, um produtor executivo em busca de eficiência e economia, constantemente recusava-se a gastar um centavo que fosse com uma coisa que ele julgava ser totalmente desnecessária, grampos de roupa, de madeira ainda por cima. Num set milionário? quem precisa dessa porcaria? Um belo dia alguém teve a brilhante ideia de, simplesmente substituir na requisição de compras o nome do grampo de roupas pelo seu código da lista de inventário. Adivinhem qual era o código: C47. Resultado, o tal produtor ao se deparar com a tal requisição de verba para compra de C47s, sem saber o que era, achou que deveria ser algo importante, e aprovou o pedido. A estória se espalhou e o nome ficou até hoje.


ENG • One of these days, during a shooting here in Los Angeles I caught myself laughing about a thing that I used to comment often to my students from the Cinema School at Centro Europeu, in Curitiba. There I was, directing the photography of a short movie in the Universal Studios Backlot, with an Arriflex BL35 camera on my lap and a bunch of other equipments around me that would sum up a couple hundreds of thousands of dollars. A crew of 16 people running busy to make the next shot roll as quick as possible. With all that going on, who could tell, there were people running after a fundamental equipment, vital in film sets, from the simplest ones to the most complex and expensive. The lack of this equipment can make things get really complicated and eventually make a millionaire shoot stop. But what the hell of an equipment is this? A lens, a photometer, a slate? Nothing like that, it was something way more simple, a C47. But what the hell is a C47? Well, our mothers usually cal it a clothespin, yes like those really cheap, made of wood. And only the wooden ones, because the plastic ones will melt and the metallic ones will burn your hands. They are used to fix the color and diffusion gels on the fresnel and other light sources barndoors. Besides that, the equipment is not only cheap and simple but also versatile. If you invert the position of the wooden sticks it turns into a pair of wooden tweezers, aka C74, for you to use to take out the hot scrims from the fresnels.

Where did this name C47 come from? The most accepted and spread explanation is that a long time ago, in a certain studio, an executive producer trying to be efficient and economic constantly refused to spend a single cent with what he assumed to be unnecessary for the productions, such as wooden clothespins. One day someone had the brilliant idea of simply replacing the name of the clothespins on the purchase request with the clothespins inventory code. Guess what was the code: C47. When the executive producer saw that code he didn’t know what was it, but he thought it should probably be something important and approved the request. The story spread around and the name was adopted and is used till these days.


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